A história que se conta é esta: Al Capone não estava satisfeito com a caixa do seu Patek Philippe de bolso e resolveu levá-lo a um joalheiro em Chicago, à procura de uma solução que lhe desse um novo brilho — neste caso, literalmente. O resultado extravagante desse projeto de personalização será posto em lelião no próximo mês na Sotheby’s.
A caixa original, que se estima remontar a 1919, foi retirada e substituída por uma nova, de platina, feita à medida. O mostrador, visivelmente envelhecido com o tempo, tem as horas em numerário Breguet. O ponteiro dos minutos, no entanto, foi perdido. No reverso, as iniciais do gangster — AC — foram incrustadas a partir de 90 diamantes, numa estética Art Deco.
O estilo de Capone é incontornável, símbolo inconfundível da era da Lei Seca e da máfia que dominou o cenário criminoso dos Estados Unidos nos anos 20 e 30 do século passado. Depois de um grande esforço por parte da justiça e das autoridades, o gangster americano acabou por ser preso em Alcatraz, condenado por evasão fiscal.
Muitos dos seus pertences foram confiscados pelo governo. Outros, foram guardados pela família. É o caso deste Patek Philippe, que se prepara agora para ser acrescentado à coleção de um entusiasta. A estimativa da Sotheby’s? O valor poderá fixar-se entre os 80 mil e os 160 mil dólares (entre 70 mil e 141 mil euros, aproximadamente).