Conversas

Entrevista. Xavier Dolan, Julia Roberts e uma mão cheia de diamantes

O realizador canadiano e a estrela de Hollywood juntaram-se para filmar a nova campanha da Chopard, dedicada a uma das mais emblemáticas peças da maison francesa.

Chopard: Happy Diamonds
20 de abril de 2021
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É um encontro de ícones, do Cinema e da joalharia. Um realizador com um fraquinho pela nostalgia, uma atriz (e um sorriso) de sempre e uma maison que atravessa gerações. Tudo para celebrar um dos modelos mais emblemáticos da maison, o relógio Happy Sport, reinventado em duas coleções que combinam o charme sem tempo e a modernidade do design e da tecnologia. Encantado por filmar a atriz que o ajudou a perceber que as mulheres também podem ser protagonistas, o canadiano Xavier Dolan conta à MUST como foi trabalhar com Julia Roberts e recorda o processo de imaginar a mais recente campanha da Chopard, Happy Diamonds, cheia de joie de vivre e emoção.

Foto: D.R.

Como reagiu quando a Chopard lhe pediu para filmar a campanha Happy Diamonds?

Fiquei muito lisonjeado e acho que um pouco intimidado também, porque nunca filmei uma campanha comercial antes. Portanto, acho que me senti "feliz"!

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Como foi saber que ia trabalhar com a Julia Roberts?

Definitivamente deu um novo significado. A Julia Roberts tem sido importante para a minha vida e para a minha história, particularmente quando desempenhou o papel de Erin Brockovich [no filme de 2000]. Por isso, saber que iria trabalhar com ela foi obviamente muito entusiasmante para mim.

Foto: Chopard

Quais foram os seus objetivos estéticos para esta campanha?

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Conceptualmente, algo já estava lá, um princípio orientador de deixar ir, de forma fácil e livre. Artisticamente e esteticamente queria girar naturalmente em torno disso. Precisávamos – tanto em termos de guarda-roupa como de iluminação – de algo simples, leve, acessível e humano.

O compromisso da Chopard em relação ao luxo ético é importante para si?

É muito raro trabalhar com uma marca de luxo que tem uma consciência ecológica e ética. Uma maison como a Chopard tem esse tipo de sensibilidade, preocupa-se com o ambiente, com os seus colaboradores, com a forma como fabrica e produz. Tudo isto faz com que queira trabalhar com eles, porque têm princípios.

Foto: Shayne Laverdière
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Como correram as filmagens com Julia Roberts?

Demo-nos bem rapidamente e fizemo-nos rir um ao outro. Acho que o humor é um facilitador, socialmente falando.

Foto: Chopard
Foto: Chopard

O que representa para si a Julia Roberts?

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Obviamente, desde Erin Brockovich…Provavelmente tinha nove ou dez anos na altura e, lembro-me de ter ficado muito impressionado com a sua liberdade e personalidade. Talvez porque – e suponho que tal seja normal – até então, só tinha visto mulheres no grande ecrã a serem tratadas como acessórios ou a serem objetificadas, mulheres com menos controlo sobre os seus destinos. Então, eis que surge Erin Brockovich numa situação em que dita o seu próprio destino, mudando o dos outros também. Acho que isso realmente me impressionou e ficou comigo desde então. Por isso, não há dúvida, de que a Julia representa para mim esse tipo de modernidade numa mulher que consideramos realmente sensual e bonita.

Sim, a Julia tem um grande sorriso, mas o que nos lembramos é da mulher que aceita o seu Óscar e responde ao anfitrião: "Estás a ficar sem tempo! Senta-te, ficarei aqui pelo menos dez minutos!" É este o tipo de coisas que deixa uma impressão profunda. É isto que definitivamente mais me impressiona na Julia Roberts: a sua humanidade.

Entrevista a Xavier Dolan
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