A estreia da vindima na nova adega da Duorum, em Vila Nova de Foz Côa, marca mais um passo logístico, sendo esta a materialização de uma visão de longo prazo para o Douro Superior. Concebida de raiz sob o signo da sustentabilidade, a unidade passa a receber as uvas da Quinta de Castelo Melhor e nasce como um exemplo claro de como a arquitetura, a energia e a enologia podem trabalhar lado a lado para servir a paisagem e o vinho.
O edifício foi pensado para reduzir impactos e consumos desde o primeiro dia. No topo, os painéis fotovoltaicos asseguram grande parte da eletricidade necessária; abaixo do solo, a cave de barricas, semi-enterrada na cota mais baixa do terreno, beneficia da inércia térmica natural, mantendo temperatura e humidade estáveis sem recorrer em excesso a climatização. Por cima desta cave, um “telhado” vegetal em betão armado pré-fabricado atua como manta isolante viva, contribuindo para a regulação térmica ao longo do ano. A escolha dos materiais privilegiou a eficiência energética e a durabilidade, e a adega integra ainda uma ETAR monitorizada que permitirá tratar a água usada e devolvê-la ao ciclo, nas lavagens e na rega, fechando o circuito com bom senso ambiental e poupança.
A Duorum, fundada em 2007 e cujo nome em latim significa “de dois”, nasceu com a ambição de criar vinhos do Douro de alcance internacional sem abdicar das práticas que protegem o território. Na Quinta de Castelo Melhor, as vinhas, plantadas em socalcos e “ao alto”, entre os 150 e os 500 metros, são exclusivamente de castas autóctones. A amplitude térmica do Douro Superior e a diversidade de exposições conferem maturações completas e uma frescura que tem sido a assinatura da casa.
A nova adega é, portanto, a peça que faltava para consolidar um caminho já traçado na vinha. Ao concentrar num só lugar tecnologia, eficiência e respeito pela morfologia do terreno, a Duorum reforça a coerência do seu portfolio - dos acessíveis Tons de Duorum e Altitude aos Duorum Colheita e Reserva, passando por raridades como o O.Leucura - e ganha margem para aprofundar estilos, lotações e tempos de estágio com maior precisão.
Enquanto no Douro a primeira vindima na nova casa se inicia, noutras propriedades do grupo pelo país a campanha já vai adiantada. Em Estremoz, o enoturismo soma experiências que cruzam tradição e lazer, pensadas para todos os públicos: há piqueniques entre vinhas para quem procura um momento de pausa, desafios em equipa como "À Procura da Garrafa Secreta" para os espíritos competitivos e programas imersivos como a "Experiência de Vindimas" para quem quer sentir, das mãos à memória, o pulsar de um dia de colheita. São propostas que aproximam o consumidor da origem, num tempo em que conhecer o processo se tornou parte essencial do prazer de beber.