Prazeres / Lugares

Mergulhos sem mar. 13 praias fluviais no interior do país

Em rios, ribeiras ou barragens, equipados com todas as mordomias balneares ou sem nada à volta, são inúmeros os locais onde se pode ir a banhos na região centro do país, desde há muito considerada um verdadeiro paraíso de praias fluviais, como se constata nas propostas que se seguem.

Foto: Miguel Judas
19 de agosto de 2022 | Miguel Judas
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Covão da Ponte, Manteigas

Num planalto a cerca de 960 metros de altitude, na fronteira entre os concelhos de Manteigas e Gouveia, esta pequena praia é banhada pelas límpidas e calmas águas do Mondego, nascido um pouco mais acima, no sítio de Corgo das Mós, onde é pouco mais que um pequeno ribeiro e por isso também conhecido localmente como Mondeguinho. Nas margens existem uma zona de piqueniques e um parque de campismo.

Foto: Manteigas Vale por Natureza

Vale do Rossim, Gouveia

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Aqui não há qualquer tipo de mordomias balneares, mas vale bem a visita e um mergulho nas águas frias desta lagoa, situada a mais de 1400 metros de altitude, o que faz dela a praia fluvial mais alta do país. Fica no Vale do Rossim, o maior vale glaciar da Europa e está inserida na Reserva Biogenética do Parque Natural da Serra da Estrela.

Foto: Rita Silva Avelar

Alvoco das Várzeas, Oliveira do Hospital

A vista para a Serra da Estrela vale só por si um dia bem passado nesta praia, situada num vale formado na margem da ribeira de Alvoco, que nasce bem lá em cima, na montanha. Envolta por um parque de merendas com árvores centenárias, é conhecida pela ponte medieval e por ser um das menos poluídas da Europa.

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Foto: Sábado / Cofina

Avô, Oliveira do Hospital

Uma das mais bonitas praias fluviais da região centro, forma-se na confluência do Rio Alva com a Ribeira de Pomares, junto à pitoresca vila de Avô, onde a junção destes dois cursos de águas forma a Ilha do Picoto, onde está também instalada uma agradável zona de merendas. A praia conta com dois açudes e uma piscina infantil, também ela alimentada pelas águas do rio.

Louçainha, Penela

Construída a partir das represas naturais da ribeira da Azenha, esta praia fica na zona alta da Freguesia do Espinhal, em Penela, bem perto de outros atrativos turísticos, como as aldeias do xisto, as grutas da Talismã ou a Villa Romana do Rabaçal. Rodeada pelo verde da Serra do Espinhal, onde abundam o choupo, o castanheiro, o sobreiro e o carvalho, os seus arredores apresentam-se como um verdadeiro santuário da natureza, habitados por uma grande diversidade de espécies animais, como ouriços-cacheiros, javalis e raposas. Conta duas piscinas para banhos, uma zona reservada a crianças e uma prancha de mergulho, junto a uma zona mais profunda. 

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Foto: Miguel Judas

Cabril do Ceira, Lousã

Como não está sinalizada e o melhor é perguntar o caminho a alguém que conheça a zona. O acesso faz-se pela estrada que liga Serpins a Vila Nova do Ceira. Cruza-se a ponte de Maria Mendes e em seguida vira-se na segunda estrada de terra à direita. Cerca de um quilómetro depois, já na fronteira entre os concelhos da Lousã e de Góis, chega-se finalmente a um dos mais preciosos e desconhecidos tesouros desta região, o Cabril do Ceira. Com dezenas de metros de altura, este magnífico desfiladeiro rasgado na rocha pela confluência do rio Sotão com o Ceira, apresenta-se como um mini-fiorde, junto ao qual se forma um pequeno lago, onde se vai a banhos. Não há esplanadas, relvados nem nadador-salvador, apenas algumas árvores, que servem de balanço aos mais afoitos, na hora de saltar para a água.

Foto: Miguel Judas
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Fraga da Pena, Arganil

No coração de Serra do Açor, a Fraga da Pena é o resultado de um acidente geológico que origina um conjunto de sucessivas quedas de água. A última precipita-se da fraga de uma altura de quase 20 metros, formando no seu sopé uma encantadora piscina natural, cujas águas, sempre frias, acabadas de nascer ali mesmo ao lado, não desencorajam na hora de ir a banhos – muito pelo contrário.

Foto: Visit.Arganil

Penedo Furado, Vila de Rei

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Bastante arborizada e rodeada de um caprichoso maciço rochoso, ao qual deve o nome, esta praia revela-se um pequeno paraíso para quem aqui chega pela primeira vez. A poucos metros da zona de banhos, pode ser visitado um conjunto de pequenas quedas de águas, acessíveis através de um caminho talhado na rocha. Como a água tem pouca profundidade, é também um local perfeito para ir a banhos em família e aproveitar para conhecer mais em pormenor a paisagem, dando um passeio nos passadiços do Penedo Furado.

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Troviscal, Sertã

Bastante afastada de qualquer localidade, o isolamento é um dos maiores encantos desta praia, localizada na ribeira da Sertã, junto à ponte do Troviscal. Conta no entanto com todos os apoios balneares necessários para um dia bem passado, nao faltando sequer um parque de autocaravanas e zonas para acampar. E nem as crianças foram esquecidas, com construção de uma zona fluvial de baixa profundidade e de um pequeno parque infantil.

Foto: Município da Sertã

Álvaro, Oleiros

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O caminho até à praia, desde a histórica aldeia do xisto de Álvaro, vale só por si a viagem, com o rio Zêzere a revelar-se, pouco a pouco, em todo o seu esplendor, até se tornar numa vasta extensão de água. Além da área balnear nas margens, está também equipada com uma piscina flutuante, dividida em duas partes: uma para adultos e outra para crianças. É também possível alugar canoas e gaivotas no local e partir à descoberta dos inúmeros braços de rio que por aqui existem.

Foto: Miguel Judas

Malhadal, Proença-a-Nova

Bem no sopé da Serra de Alvéolos, esta praia é banhada pelas águas da Ribeira da Isna (afluente do Rio Zêzere) e carateriza-se pela enorme extensão de água, que permite ir a banhos na maior privacidade, sem ter de partilhar o espaço com mais ninguém. Conta com um pequeno areal e na zona mais profunda foi instalada uma piscina flutuante. É aqui que se localiza o primeiro parque aquático fluvial da Região Centro, equipado com escorregas, trampolins e paredes de escalada.

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Pego, Idanha-a-Nova

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Ao olhar, desde a muralha do velho castelo de Penha Garcia, para as escarpadas arribas circundantes, dificilmente imaginará que, em tempos, todo este território esteve submerso por um mar pouco profundo. A prova está lá em baixo, nos fósseis deixados na rocha pelos trilobites, uma espécie de artrópodes marinhos que viveu nos mares do Paleozóico, há cerca de 500 milhões de anos. São visíveis ao longo do caminho, que serpenteia ao longo do desfiladeiro escavado pelo Rio Ponsul, que vai caindo em pequenas cascatas, até acalmar numa convidativa piscina fluvial, rodeada de um deck de madeira com vista sobre o vale.

Cardigos, Mação

Apesar das muitas distinções já recebidas, com a eleição de "Estrela do Médio Tejo" na categoria Património Natural, esta praia ainda é desconhecida para muitos, mesmo para quem mora nesta região. Conta com duas piscinas fluviais, rodeadas por um areal com chapéus-de-sol de palha e um vasto relvado com bastante sombra natural. Dispõem ainda de duas churrasqueiras cobertas, zona de merendas e parque de autocaravanas.

Foto: Facebook do Município de Mação
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