Prazeres / Drive

Automóveis. Estas são as tendências para 2024

Com o final do ano “velho”, o que se irá passar, previsivelmente, no ano novo? Aqui fica uma mão-cheia de ideias para apostar num bom veículo - dos combustíveis sintéticos aos SUVs cada vez maiores.

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14 de dezembro de 2023 | Luís Merca
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Não se trata de futurologia, mas sim de uma tentativa de antecipar tendências que se vêm verificando na indústria automóvel e que a poderão continuar a influenciar em 2024.

Eletrificação

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Continua o inexorável processo de eletrificação da indústria automóvel. Seja através de motorizações híbridas, seja na vertente dos veículos 100% elétricos, a tecnologia não cessa de evoluir e poderão estar para breve novidades como baterias com cada vez maior capacidade, mas mais leves e baratas; novas formas de carregamento mais rápidas e eficazes; novos motores que otimizarão o consumo da carga disponível na bateria. Por outro lado, nos últimos anos vimos assistindo a uma oferta cada vez mais ampla de modelos híbridos plug-in ou 100% elétricos (PHEV/EV), com preços que, por via da lei da oferta e da procura, são mais baixos do que há alguns anos, não muitos. O ano de 2023 não foi exceção e tudo indica que 2024 siga o mesmo caminho.

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Combustíveis sintéticos

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Última cartada dos motores de combustão interna ou mais um prego no caixão dos combustíveis fósseis? Se calhar, ambos. A hipótese de se sintetizar em laboratório um combustível que alimente um motor de combustão já não é propriamente uma novidade. A grande vantagem prende-se com o baixo conteúdo em hidrocarbonetos, o que significa emissões de CO2 irrisórias quando comparadas com os atuais combustíveis. O preço poderá ser um óbice, já que o processo de sintetização laboratorial é custoso. Mas, como em tudo, o efeito de escala far-se-á sentir logo que cada vez maiores quantidades sejam produzidas.

E o hidrogénio, é para avançar?

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É. Mas vai demorar. É que, embora seja o elemento mais preponderante em todo o Universo, o hidrogénio é difícil e custoso de captar, de processar e distribuir, para que o condutor médio possa tê-lo disponível numa bomba de gaso... de hidrogénio perto de si. Marcas como a Toyota e a BMW mantêm os seus esforços de R&D, mas quanto a resultados palpáveis, ainda deveremos esperar alguns anos, leia-se décadas.

SUV ma non troppo

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A moda é global e definitivamente veio para ficar. Em cada 3 veículos vendidos 2 são SUV. No entanto, ultimamente regista-se uma oferta cada vez maior de SUVs de grandes dimensões. E com pesos a partir das 2.5 toneladas, o que faz deles, passe o exagero, pequenos camiões. No caso dos elétricos, com baterias de muito maior capacidade – e, de novo, com grande aumento de peso. Ou seja, as preocupações ambientais parecem ficar esquecidas no que ao tipo de automóvel diz respeito.

O Império do Meio

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"Deixem a China dormir porque, quando ela acordar, o mundo vai estremecer" – frase atribuída a Napoleão Bonaparte. Já acordou, descansem, e o mundo estremece quando ela se manifesta. Embora o ano de 2023 tenha sido rico em marcas chinesas a chegarem à Europa, nada indica que esse fluxo venha a abrandar. Fruto de um mercado excecionalmente grande e de um vigor económico que o leva a crescer à razão de dois dígitos por ano, os fabricantes chineses continuarão a aportar ao Velho Continente.

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COP28

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Mais uma Conferência das Partes, mais um adiamento das medidas que têm de ser tomadas. Outra coisa não seria de esperar de um evento realizado em plena Península Arábica, uma das zonas do planeta com maior produção de petróleo, e ainda por cima presidida pelo CEO de uma grande petrolífera. No extremo oposto, a indústria automóvel parece ter finalmente encontrado um caminho correto rumo à sustentabilidade ambiental – desde que, claro, a eletricidade que utilizamos para carregar as baterias dos nossos carros (híbridos ou 100% elétricos) provenha também ela de fontes sustentáveis. Não serve de grande coisa fazer um carregamento com eletricidade obtida, por exemplo, numa central de queima de carvão.

Nova mobilidade para quando?

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O conceito da nova mobilidade, concretamente a utilização do automóvel como um serviço e não tanto como um bem, ainda deverá demorar alguns anos a ser implementado. A propriedade do veículo que conduzimos ainda constitui algo que nos toca profundamente, e a oferta de serviços alternativos de utilização pontual do carro ainda não cobre suficientemente as necessidades de uma utilização frequente. Talvez na próxima geração, quando os jovens de hoje não derem tanta importância ao automóvel enquanto sua propriedade, mas sim como um serviço a usar quando precisarem dele.

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