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Wondersense. Os cinco sentidos são os protagonistas do novo museu do Porto

O espaço está repleto de experiências sensoriais, artísticas e tecnológicas que permitem (re)descobrir o mundo de forma divertida e didática. Abriu a 31 de julho.

Experiência sensorial com luzes e espelhos no Wondersense, no Porto Foto: DR
22 de agosto de 2025 | Patrícia Santos
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A rua das Carmelitas, que desde 1906 tem a icónica como inquilina, não é alheia a multidões. Com a abertura, umas portas abaixo, do Wondersense, um museu interativo e imersivo que convida a ver, tocar, cheirar, provar e ouvir o que está para além do óbvio, outras romarias são esperadas. Chegam à procura de sensações e emoções que não só desafiam a imaginação e os sentidos, como também permitem esquecer, nem que seja por uma hora, o típico caos urbano e a correria do dia a dia. No total, os visitantes têm mais de mil metros quadrados para explorar — divididos por dois edifícios e cinco andares —, ao longo dos quais se vivem experiências sensoriais, artísticas e tecnológicas que visam divertir, ensinar e criar ou reforçar conexões humanas. Esteja na companhia de amigos ou rodeado de desconhecidos, o melhor é estar preparado para se surpreender a qualquer novo estímulo. 

Sala Caleidoscópio Foto: DR

Do papel à realidade

“Olhamos para a oferta cultural da cidade e achamos que podíamos acrescentar-lhe algo distinto e inovador. Como vivemos num mundo cada vez mais digital, que acaba por nos isolar e do qual é difícil desligar, começamos a idealizar um projeto para ser descoberto, de forma consciente, através dos cinco sentidos. O objetivo é trazer o público para o agora e dar-lhes a oportunidade de aproveitar o momento sem estarem agarradas a um ecrã ou teclado. Queremos que as pessoas façam parte da experiência e saiam daqui com vontade de voltar”, explica Vasco Antunes, um dos sócios e CEO da atração com assinatura do grupo Marques Soares.

O Wondersense, que levou cerca de dois anos a ficar pronto e “vem reforçar a oferta de lazer para os dias de chuva”, é fruto de “um processo longo e complexo, com muita tentativa e erro. Exigiu ainda a colaboração com todo o tipo de profissionais, de músicos a grafitistas, arquitetos e designers. Só assim pudemos atingir os resultados que pretendíamos”, acrescenta o responsável.

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Apesar de “a maior parte das salas e instalações serem criações totalmente originais”, Vasco conta que, para se inspirar, a equipa viajou até diferentes países de modo a conhecer espaços culturais com conceitos semelhantes ao que queriam implementar

A equipa do Wondersense Museum, Bárbara, Vasco e Sofia Antunes Foto: DR

Diversão para todas as idades 

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A aventura arranca logo na entrada, onde uma parede felpuda, que dá vontade de abraçar, incita ao toque e ao desenho abstrato com as mãos. Trata-se de um pequeno aperitivo para o que está por vir, acessível até aos que optam por não visitar o museu. Caso consiga largá-la e resolva avançar, é hora de embarcar na nave — que os menos imaginativos tratam por elevador — com destino a um universo em que as linhas entre a realidade e a perceção se esbatem. Segue-se um percurso marcado por estímulos visuais, sonoros, olfativos, táteis e gustativos para todos os gostos.

Enquanto o tato é explorado através de superfícies inusitadas e estruturas em movimento, como uns rolos rotativos que lembram as lavagens automáticas de carros, o olfato é chamado a atuar em ambientes escuros, nos quais aromas enigmáticos convocam a memória a identificar os cenários a que pertencem. Para testar a audição, tanto disponibilizam tubos interativos que distorcem vozes, como surpreendem com ecos e melodias. Já a visão é confrontada com espelhos, luzes e padrões cromáticos que criam ilusões óticas. Por fim, pequenas provocações gustativas ao longo do caminho dão trabalho ao paladar.

Pequenas provocações gustativas ao longo do caminho dão trabalho ao paladar Foto: DR

Mergulhar numa piscina de bolas e brincar com balões gigantes também estão entre os atrativos do trajeto, em que uma banda sonora própria, da autoria de João Vieira, e os corredores, ilustrados por Filipe Granja, completam a experiência. Para que nada falhe e consiga pôr o corpo a mexer, despertar a curiosidade e promover o convívio multigeracional, o Wondersense foi concebido com recurso a ferramentas de inteligência artificial. Tudo pensado para ativar a produção de serotonina, dopamina, oxitocina e endorfinas, ou seja, das chamadas ‘hormonas da felicidade'. Isto porque, mais do que proporcionar diversão momentânea, querem causar sensações de prazer, equilíbrio e bem-estar duradouro.

O custo das visitas, organizadas em grupos com capacidade máxima de 15 pessoas, varia entre os 17€ e os 22€. O pack família, destinado a dois adultos e duas crianças, fica por 70€. Até aos quatro anos, a entrada é gratuita.

Onde? Rua das Carmelitas, 130 (Porto). Horário? Todos os dias, das 10h às 19h. Reservas? geral@wondersensemuseum.com.

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