São carteiras Hermès? Não, são fundos de investimento
Os modelos Birkin e Kelly têm demonstrado uma valorização consistente, semelhante ao ouro. Nos últimos dez anos, os preços aumentaram cerca de 5% ao ano – melhor retorno do que muitas aplicações a prazo.
A Luxus, uma empresa de wealth-tech apoiada por investidores de capital de risco e focada em investimentos de luxo, está a transformar carteiras Hermès – especificamente a Birkin e a Kelly – em verdadeiros activos financeiros, lançando dois fundos exclusivamente dedicados a estes modelos. Dana Auslander, fundadora da Luxus, explicou à Forbes o que a levou a criar deste fundo: “A minha tese é simples: o investidor e o colecionador são a mesma pessoa. É preciso tratá-los da mesma forma – e eles querem poder investir nos mesmos objectos que coleccionam, sejam obras de arte, joias ou peças Hermès. Acreditem, muita gente colecciona Hermès.”
O primeiro fundo, apoiado pela Christie’s, angariou um milhão de dólares (quase 868 mil euros) em maio e obteve um retorno líquido de 34% com um prazo médio de revenda de apenas 43 dias. Perante a forte procura, seguiu-se um segundo fundo que arrecadou dois milhões de dólares (mais de um milhão e meio de euros).
A lógica por detrás deste investimento é simples: no mercado secundário, as carteiras Birkin e Kelly têm demonstrado uma valorização consistente, semelhante ao ouro. Nos últimos dez anos, os preços aumentaram cerca de 5% ao ano, com picos durante a pandemia. E, apesar de uma correcção posterior, os valores continuam acima dos níveis pré-pandemia. A exclusividade da Hermès – que só vende estes modelos a clientes convidados – alimenta ainda mais esta procura, desviando muitos compradores para o mercado de revenda.
Seguindo a sua estratégia pré-definida, a Luxus compra dois tipos de carteiras: as mais clássicas, em cores neutras, vendidas em plataformas como Farfetch ou 1stDibs; e as peças exóticas ou especiais, adquiridas em leilões da Christie’s e Sotheby’s. Exemplos como a carteira original de Jane Birkin, vendida por mais de 10 milhões de dólares (mais de 8,5 milhões de euros), reforçam o apelo coleccionável deste mercado. Fenómeno que tem sido amplificado pelas redes sociais, tornando a revenda de luxo mais visível e aspiracional.
A autenticidade é um pilar central deste modelo. Conforme Graham Wetzbarger, diretor de autenticação da Luxus, explicou à Forbes, a qualidade das imitações Hermès é hoje extremamente elevada, dificultando a distinção entre peças genuínas e contrafeitas. Por isso, o processo de verificação é rigoroso, analisando materiais, ferragens, acabamentos e marcas registadas.
A empresa está também a criar um Índice de Preços Hermès para formalizar dados de mercado e prever valores futuros, permitindo ajustar o portfólio para maximizar retorno. Curiosamente, apesar de as carteiras serem compradas maioritariamente por mulheres (ou para elas), os investidores dos fundos são sobretudo homens, que, segundo Auslander, estão mais dispostos a correr riscos e focam-se nos resultados financeiros.
Convém, porém, sublinhar que os investidores (lamentavelmente) não recebem uma carteira, mas sim participação no fundo – embora tenham direito de preferência caso desejem comprar alguma peça a preço reduzido. Com isto, a Luxus pretende revolucionar a gestão de património, oferecendo um caminho alternativo para investir em bens de luxo que atraem a Geração Z e os Millennials, mais interessados na experiência e no potencial de valorização do que na posse tradicional do objeto.
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