Conversas

Um dia na vida de Luís Sequeira: “Não dispenso a leitura, corrida e reflexão”

O novo presidente da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA) confessa que a palavra “frenesim” o pode definir. Reflete sobre o manancial de informação que não dispensa e sonha com dias de 48 horas. Só tem um remédio: correr… e pão de Rio Maior.

Foto: DR
13:10 | Augusto Freitas de Sousa
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A que horas se costuma levantar?

Normalmente, cedo, às 6:00.

O que costuma refletir/ponderar/pensar nos primeiros minutos acordado?

Quase sempre o que me acompanhou no pensamento antes de adormecer. 

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Qual é a sua rotina quando se levanta?

Começo imediatamente a ouvir os (muitos – demais?) podcasts de informação que acompanho.

Que tipo de pequeno-almoço costuma tomar?

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Chá e leite, acompanhado por pão de Rio Maior… mais uma mania.

Costuma haver algum tipo de atividade antes do trabalho?

Nenhuma em particular. Já lá vai o tempo em que corria pela fresquinha nos dias de semana, agora reservo esta atividade para o fim de semana em distâncias mais longas, ou no final do dia.

Qual é o seu trajeto diário? Como o faz? A pé, automóvel, transportes…

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Uma hora bem medida em viagem diária até Évora, tempo de escuta de mais podcasts.

Tem algum tipo de preparação prévia para o trabalho?

Nenhum.

A que horas começa a trabalhar?

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Sempre antes das 9.

Quais são as suas principais tarefas e responsabilidades no trabalho?

Liderar uma equipa de profissionais de elevadíssimo gabarito. Assegurar que estamos sempre insatisfeitos. Garantir que pensamos, mas não nos esquecemos nunca de concretizar. Para o cumprir ouço muitas pessoas, colho as suas sugestões e opiniões e, no momento apropriado, decido. Repita-se, ao longo do dia e temos uma perspetiva da jornada de trabalho. 

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Como gere o seu tempo?

Mal. Cuidando deter a graça de possuir dias com 48 horas, confrontando-me diariamente com a dura realidade escondida por esta ilusão.

Como lida com a pressão e o stress?

Praticando desporto (corrida), lendo, escrevendo e pensando – tudo em gerúndio à moda do nosso Alentejo.

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Qual é a parte favorita e menos agradável do trabalho e porquê?

A parte favorita é a construção dos projetos e a sua decisão, a menos agradável os caminhos tortuosos tantas vezes necessários para lá chegar.

Tem uma equipa a trabalhar consigo? Como gere a comunicação com eles?

Sim, toda a genial equipa da comissão executiva. Temos modelos de reporte semanal, mas quase sempre a comunicação é regular, informal e concisa.

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Costuma fazer pausas no trabalho? Para?

Sim, claro. Tantas vezes para uma simples troca de impressões com um colega, para um café, para respirar ar fresco.

Interrompe o trabalho para almoçar? O que costuma comer e onde?

Infelizmente, não. Não havendo qualquer almoço de trabalho (frequentes) as mais das vezes salto a refeição.

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Como lida com eventuais críticas e elogios ao seu trabalho?

Bem. Melhor às críticas (mais necessárias para aprendizagem) que fui aprendendo a valorizar, promover e compreender.

O que diria sobre a ideia de que as pessoas com quem se relaciona profissionalmente têm de si?

Frenesim.

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Ao longo do dia dá importância às redes sociais?

Não tenho redes sociais, e não lhes dou qualquer importância.

Tem hobbies ou atividades que faz regularmente?

Não dispenso a leitura, corrida e reflexão – sendo completamente viciado em informação, necessito refletir sobre a avalancha de dados que absorvo para lhe retirar alguma pista e orientação. 

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A que horas costuma terminar a atividade profissional?

Sempre que possível, por volta das 18:30.

"Leva" trabalho para casa?

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Tenho o péssimo hábito de reservar alguns emails diários a exigir mais análise, para ler com mais atenção e responder já em casa. Razão por que muitas vezes envio correios eletrónicos a horas pouco aceitáveis.

Costuma conversar com alguém sobre a sua atividade no final do dia?

Quase sempre com a minha mulher, mas desejavelmente sobre um outro tema de conversa.

Costuma viajar com frequência nas suas atividades profissionais?

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Sim, bastante. Vários milhares de quilómetros mensais.

Há muita diferença entre os dias da semana e os fins de semana?

Sim, desde logo o fim de semana é (quase) sempre reservado à família, talvez menos do que devia ao descanso.

Quais são os seus hábitos de jantar? Horário e exemplo de menu?

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Sempre que tenho almoços de trabalho, segue-se uma refeição ligeira à noite. Nos demais incluí quase sempre uma bela sopa.

O que faz antes de dormir?

É a altura do dia que reservo para a leitura dos jornais diários.

A que horas se costuma deitar e quantas horas dedica ao sono?

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Por volta das 23:30. Cerca de seis horas diárias.

Como mantém o equilíbrio entre sua vida pessoal e profissional?

Com dificuldade – creio que a minha família dirá que muito mal.

Vê-se a ter outra profissão?

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Não.

O que mais gostaria que mudasse no futuro?

Quase estive tentado a responder impulsionado pela frase da miss universo: "Anseio pela paz no mundo". Mas tome-se antes o fio da meada, sublinhe-se a ambição de que esta epidemia da visão maniqueísta da vida se inverta, que esta demoníaca opção pela ignorância e extremismo seja contrariada e talvez encontremos aí um bom princípio para um excelente final.

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