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Novo estudo diz que empregos 100% remotos são menos produtivos

Durante a pandemia, o teletrabalho implementou-se. E nalguns casos veio para ficar, adotado pelas empresas que o permitiram. Há agora um novo estudo que alerta para um possível decréscimo da produtividade laboral, resultado desta tendência.

Foto: Pexels
07 de agosto de 2023 | Rita Silva Avelar
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Os resultados do estudo Working from Home, Worker Sorting and Development, levado a cabo pelos investigadores e economistas David Atkin e Antoinette Schoar, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), e Sumit Shinde, do National Bureau of Economic Research, chegou a conclusões que podem desanimar os apoiantes do teletrabalho, largamente adotado por muitas empresas durante a pandemia. Tendo como exemplo uma empresa híbrida em Chennai, na Índia, e depois de compararem trabalhadores com as mesmas funções - uns 100% remotos, outros 100% no escritório - os investigadores concluíram que a produtividade dos primeiros em relação aos segundos reduziu em 18% após o período de experimentação. É de referir que os trabalhadores selecionados para trabalhar em casa foram escolhidos de forma aleatória, ou seja, estavam antes integrados na vertente física da empresa.

"Dois terços dos efeitos [de decréscimo de produtividade] manifestam-se desde o primeiro dia de trabalho, devendo-se os restantes a uma aprendizagem mais rápida dos trabalhadores do escritório ao longo do tempo" lê-se na sinopse do estudo. Ou seja, 75% dos trabalhadores que foram testados em homeworking mostraram uma redução significativa logo ao início dos testes.

Surpreendentemente, os trabalhadores remotos que preferiam trabalhar a partir de casa eram ainda menos produtivos do que aqueles que preferiam estar no escritório - 27%, exatamente. Os investigadores identificaram efeitos de seleção condicionados "nos subgrupos que normalmente enfrentam maiores constrangimentos na seleção do trabalho no escritório, como os trabalhadores com filhos e com outras responsabilidades de assistência ao domicílio, bem como as famílias mais pobres." 

"Os trabalhadores que mais precisam de estar em casa durante o dia de trabalho são exatamente os que mais se distraem a trabalhar a partir de casa", explicou Atkin à Fortune, apontando no estudo que a dimensão da distração pode variar em função das diferenças de comodidades entre a casa e o escritório, das dificuldades de deslocação, do tamanho da casa ou do acesso a estruturas escolares infantis de cada país.
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