Conversas

Um dia na vida de… de Diogo Noronha, o chef que quer juntar gastronomia e arte

O chef estreia-se com o seu estúdio criativo onde a gastronomia ultrapassa fronteiras e alia-se a outros universos. A cozinha é “tailored”, feita à medida, para uma abordagem criativa que celebra uma coleção, um projeto, ma marca ou uma performance.

Foto: DR
12 de janeiro de 2024 | Augusto Freitas de Sousa
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Diogo Noronha estudou e trabalhou em Nova Iorque inicialmente em cozinhas de base vegetariana e de alta gastronomia. Esteve em Barcelona com os irmãos Roca e com Jordi Vila e, já em Lisboa, nos restaurantes Pedro e o Lobo, Pesca, Casa de Pasto, Vinharia e Rio Maravilha. Agora, parte a solo para uma aventura fora das cozinhas habituais.

A que horas se costuma levantar?

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7h00.

O que costuma refletir/ponderar/pensar nos primeiros minutos acordado?

Penso sempre na minha filha que acorda à mesma hora.

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Qual é a sua rotina quando se levanta?

Cuidar da minha filha e preparar o pequeno-almoço.

Que tipo de pequeno-almoço costuma tomar?

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Tenho fases e as diferentes alturas do ano também influenciam. Normalmente é simples, leve e saudável. Frutas, Iogurtes de base vegetal ou animal, smoothies, porridges, pão.

Costuma haver algum tipo de atividade antes do trabalho?

Estou a trabalhar para criar uma rotina de atividade física melhor.

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Qual é o seu trajeto diário? Como o faz? A pé, automóvel, transportes…

Tenho dias muito variados, mas normalmente uso um carro ou mota. Sempre que posso ando a pé.

Tem algum tipo de preparação prévia para o trabalho?

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Depende se vou cozinhar ou fazer outro tipo de trabalho mais criativo ou de gestão. As únicas preparações que me ocorrem é escolher o tipo de roupa, dependendo das tarefas, e escolher utensílios ou suportes necessários para o trabalho que vou desenvolver.

2024-01-11_17_22_12 054A3688.jpg Foto: DR

A que horas começa a trabalhar?

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Começo entre as 8h30 e as 10h.

Quais são as suas principais tarefas e responsabilidades no trabalho?

Estou a trabalhar de forma autónoma. Planeamento e organização de eventos privados e corporativos, curadoria de dispensas, desenho e planeamento de dietas funcionais, workshops de cozinha, criação e desenvolvimento de conceitos gastronómicos, engenharia de menus, apoio na abertura e na reestruturação de um negócio de restauração e formação para o pessoal e chefias. Sou ainda coach gastronómico.

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Como gere o seu tempo?

Com organização, estrutura, listas de "mise en place" e trabalho em equipa.

Como lida com a pressão e o stress?

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Lido bem. Uso terapias várias, ao longo dos anos, poder gerir melhor os picos.

Qual é a parte favorita e menos agradável do trabalho e porquê?

Trabalhar em equipa, criação e desenvolvimento de projetos e cozinhar. A parte menos agradável são os desafios logísticos dos eventos.

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Tem uma equipa a trabalhar consigo? Como gere a comunicação com eles?

Nos últimos tempos tenho trabalhado com equipas pequenas no meu projeto pessoal. Com as consultorias, trabalho com as várias equipas residentes de cada projeto. Faço sempre por gerir a comunicação de uma forma transparente, aberta e construtiva. O foco e o rigor no trabalho são essenciais para conquistar os sucessos, mas deve haver momentos mais descontraídos e leves. É importante encontrar esse equilíbrio.

2024-01-15_11_59_54 054A4128.jpg Foto: DR

Costuma fazer pausas no trabalho? Para?

Faço pausas no trabalho para passar tempo com a minha filha. Ultimamente não tem sido possível parar para muito mais.

Interrompe o trabalho para almoçar? O que costuma comer e onde?

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Depende muito do dia. Normalmente almoço em espaços dos meus clientes ou faço refeições mais ligeiras.

Como lida com eventuais críticas e elogios ao seu trabalho?

Bastante bem. Ambas são muito importantes para o crescimento e desenvolvimento pessoal e profissional, desde que sejam oportunas e construtivas.

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O que diria sobre a ideia de que as pessoas com quem se relaciona profissionalmente têm de si?

Sou exigente. Acredito bastante na construção das relações. Faço por dar espaço para as pessoas desenvolverem os seus talentos e crescerem enquanto trabalhamos juntos.

Ao longo do dia dá importância às redes sociais?

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Dou importância moderada. Uso como ferramenta de trabalho, essencialmente.

Tem hobbies ou atividades que faz regularmente?

Sou um melómano e tenho uma residência mensal na rádio Lusophonica, em Cascais, com um programa que se chama Magazine Sideral. Gosto bastante de vinhos e naturalmente de comer e experimentar restaurantes, bares e hotéis.

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A que horas costuma terminar a atividade profissional?

Depende dos dias, mas regra geral trabalho até tarde.

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 "Leva" trabalho para casa?

Sim, trabalho bastante em casa.

Costuma conversar com alguém sobre a sua atividade no final do dia?

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Sim, com as pessoas com quem trabalho mais diretamente.

Costuma viajar com frequência nas suas atividades profissionais?

Gostava de viajar mais.

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Há muita diferença entre os dias da semana e os fins de semana?

Agora mais, desde que deixei de estar envolvido com a restauração diretamente. Mas costumo trabalhar no fim de semana, em eventos por exemplo.

Quais são os seus hábitos de jantar? Horário e exemplo de menu?

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Janto pouco e tenho fases em que faço jejum intermitente.

O que faz antes de dormir?

Normalmente vejo notícias, oiço música e atualizo os meus outros interesses.

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A que horas se costuma deitar e quantas horas dedica ao sono?

Deito-me tarde e dedico menos horas do que as que devia ao sono. A média deve ser seis a sete horas de sono.

Como mantém o equilíbrio entre sua vida pessoal e profissional?

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Nos últimos anos tenho conseguido conciliar melhor. Os anos em que trabalhei em restauração foram mais desafiantes.

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Vê-se a ter outra profissão?

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Vejo-me a fazer diferentes coisas com esta profissão. É o que tenho feito ao longo dos anos e o que estou a fazer neste momento.

O que mais gosta e menos gosta na sua profissão?

Adoro cozinhar, criar e utilizar todos os meus sentidos nestes processos. Cozinhar dá muito trabalho e, por essa razão, trabalha-se demasiadas horas, o que pode ter um impacto negativo na saúde física e mental. Não gosto dessa intensidade sem fim. É difícil manter outras dimensões da vida que são muito importantes.

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