Hirundo. A marca portuense de ténis ecológicos que já está internacionalizada
Produzidos artesanalmente e de forma sustentável, os ténis Hirundo afirmam-se anti-fashion e apelam a um target jovem e consciente, sob o slogan #slowdown. “Queríamos criar o par perfeito de ténis de luxo, no coração da indústria de calçado da Europa - o Porto”, contam à Must.
"These shoes have high standards at every step", em tradução literal e já sem a mesma graça: estes sapatos têm padrões elevados a cada passo, diz-nos a Hirundo, na sua página oficial. Por ali, encontramos, com um humor jovem, o mais importante a saber sobre a marca de calçado 100% portuguesa. Dizem-nos, por exemplo, que os seus sapatos não nos farão correr mais rápido, até porque quem acredita que mais rápido é melhor?, mas que tal como as andorinhas – o nome hirundo vem do latim e quer dizer andorinha – que não são as mais velozes, levar-nos-ão sempre para casa confortavelmente. A ave do imaginário português, presente em obras de poetas como Fernando Pessoa ou artistas como Bordallo Pinheiro fazia todo o sentido como nome do projeto, concretizado em marca em 2021 sob o slogan #slowdown, revela Eduardo Serzedelo, um dos fundadores.
"A Hirundo foi pensada pelo meu irmão Filipe e por mim", começa por contar. "Ele trabalhava na área do ambiente e eu seguia a minha carreira em Direito e decidimos que queríamos criar o par perfeito de ténis de luxo, no coração da indústria de calçado da Europa: o Porto, a minha cidade natal", continua animado, acrescentando "aliámos a nossa experiência em negócios ao amor por ténis". Mais tarde e, conscientes que era imperativo ter a equipa certa, juntaram-se a Pierre Stark, com mais de 20 anos de experiência no mercado de bens de consumo em vendas e marketing e a Ann Massal, com o know-how da L’Oréal e uma agência própria de design.
Atentos a um cliente muito mais atento, no pós-pandemia, definiram como target os jovens profissionais urbanos que querem ter produtos de qualidade e distinguir-se através do seu estilo, mas avisam sem rodeios que são uma marca de ténis anti-fashion. "Ao contrário das verdadeiras marcas de moda, não temos coleções anuais que descartamos com saldos a cada estação. Tudo o que fazemos ou é em base permanente ou em edição limitada e nunca em saldo", explicam, com orgulho visível. "Não seguimos as tendências de moda, privilegiamos produtos de qualidade e duráveis".
A sustentabilidade é, pois, o core da Hirundo, que em filosofia e na prática, procura oferecer ao seu jovem consumidor um produto com propósito e impacto tanto ambiental como social. Sobre o mesmo afirma, "cada vez mais o consumidor procura conhecer a origem e o processo de produção da suas compras (…) A preocupação com a pegada ecológica dos produtos tem aumentado". A marca tenta usar apenas materiais portugueses – como o algodão, o couro, a cortiça ou a borracha – a algumas horas de distância da fábrica, apesar de reconhecerem o impacto no valor final. Buscam coerência e o desenvolvimento da indústria local. A proximidade com a cadeia de abastecimento permite-lhes mitigar o impacto e reagir com maior flexibilidade, exemplificam "tivemos um problema com o fornecimento das solas e trabalhando em conjunto com o fornecedor, conseguimos uma solução alternativa em menos de 24 horas. Teria sido impossível se não tivéssemos feito esta aposta desde o início. Penso que fizemos a aposta certa". Duas certificações valiosas atestam-no, a "Carbon Neutral" que assegura que a empresa compensa integralmente todas as emissões de carbono e ainda a "Pending B Corp".
A primeira coleção espelha muito do que temos vindo a falar: um produto que utiliza materiais reciclados e/ou recicláveis na sua composição, cuja parte superior e forro é fabricado em couro certificado pelo "Leather Working Group" e em que a sola exterior se destaca pela borracha sintética reciclada, extraleve e macia. Já a cortiça, também presente, funciona como termorregulador e antibacteriano. Depois a estética, existe um modelo único, personalizado com solas a 11 cores que não se levam demasiado a sério. São apetecíveis ao olhar e, sobretudo, são fáceis de entender: são clássicos de culto.
Terminamos com o inevitável orgulho luso. "A indústria do calçado em Portugal é uma referência mundial e seria incoerente não aproveitarmos esta proximidade". De facto, a Hirundo, já está além-fronteiras. Com o lançamento da primeira coleção através de uma campanha de kickstarter, vendeu 50% da produção para mais de 35 países, incluindo EUA, Nova Zelândia e até destinos exóticos como a Ilha da Reunião, ao largo de Madagáscar. "O nosso objetivo é continuar a crescer de forma pensada, mantendo sempre esta aposta na indústria nacional e materiais amigos do ambiente."
Os ténis Hirundo pretendem-se como um bom vinho, a envelhecer graciosamente - palavras da marca. São produzidos por encomenda, evitando stocks desnecessários e desperdício de materiais, sendo enviados preferencialmente por terra para emitir menos CO2. Os sapatos podem ser ainda reparados, com substituição de solas, palmilhas, atacadores, e para os que não têm conserto é possível voltarem ao ciclo, através de programas de descarte apropriados que a empresa garante. Em novembro de 2022 instalaram-se na Embaixada do Príncipe Real em plena capital e desconfiamos que não se ficam por aqui.Top 10. Os ténis de designer mais desejados em 2023
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