Uma máquina de café sem toque a pensar no regresso aos escritórios
A Nestlé quer aproveitar o movimento de regresso aos escritórios com novas máquinas Nespresso para empresas com proteção contra a covid, sem deixar de lado os consumidores que se tornaram mais dependentes dos seus aparelhos domésticos durante os meses de confinamento.
A Nestlé quer aproveitar o movimento de regresso aos escritórios com novas máquinas Nespresso para empresas com proteção contra a covid, sem deixar de lado os consumidores que se tornaram mais dependentes dos seus aparelhos domésticos durante os meses de confinamento.
A fabricante da marca Nescafé quer tranquilizar os trabalhadores dos escritórios preocupados com o vírus com uma nova geração de máquinas de café sem toque. A empresa também prepara o lançamento de produtos para conquistar pessoas que procuram diversificar o consumo de café em casa.
As máquinas sem contacto podem ser controladas via smartphone e estão a ser distribuídas globalmente, com lançamentos na Rússia e na China nas próximas semanas, disse em entrevista David Rennie, que supervisiona as marcas de café da Nestlé.
Segundo o responsável, o número de pessoas que regressarão aos escritórios pode não ser o mesmo que antes da covid. "O consumo em casa vai continuar a crescer", antecipa.
O café foi um dos motores de crescimento das vendas da Nestlé no ano passado e representa a maior parte da divisão de bebidas da empresa, de 24 mil milhões de dólares. Depois do lançamento morno da Nespresso no final dos anos 2000, a Nestlé deu alguns passos mais ousados para impulsionar o negócio de café nos Estados Unidos nos últimos anos. A empresa investiu 7,15 mil milhões de dólares numa parceria com a Starbucks em 2018, e produz agora os produtos da rede de café para uso doméstico em todo o mundo.
Isso ajudou durante a pandemia, quando os consumidores estavam mais propensos a usar cápsulas da Starbucks numa máquina Nespresso do que ir a um café. Como as iniciativas de vacinação trazem a perspetiva de relativa normalização no pós-pandemia, a Nestlé está de olho nas oportunidades de se expandir no mercado dos escritórios enquanto tenta manter a procura doméstica com novas cápsulas e tipos de café solúvel.
Rennie admite ver fortes perspetivas de crescimento na China, onde o consumo médio de café é de apenas sete chávenas por pessoa por ano. A Nestlé abriu quase 900 balcões da Starbucks na China no ano passado, enquanto a nação asiática recuperava dos confinamentos mais depressa do que outros países. Índia e África também são mercados prioritários para a expansão, segundo o responsável.
Os EUA ultrapassaram França como o maior mercado da Nespresso no ano passado, e Rennie considera que ainda há espaço para crescimento no mercado americano, já que cápsulas e café solúvel estão cada vez mais na moda. O café frio e aromatizado será o foco em 2021, com a introdução de sabores como café gelado de coco.
Embora as lojas da Nespresso continuem a ser uma parte fundamental da estratégia da marca, com a crescente importância do comércio eletrónico a empresa procurará otimizar a sua rede, que conta atualmente com 816 lojas em 76 países.
A empresa espera um crescimento de 4% a 5% em valor do mercado global de café nos próximos anos, à medida que as pessoas regressam gradualmente aos escritórios e aos seus antigos hábitos de consumo de café, disse Rennie. Isso significa que as necessidades de café verde podem crescer 2% em volume. As vendas de café da própria Nestlé aumentaram 5% no ano passado.
Há um crescimento constante na procura por café, embora o segmento fora de casa possa demorar dois a três anos a regressar aos níveis anteriores à covid, segundo Rennie. Para o mercado global de café, "o desafio é garantir que a procura e a oferta permaneçam equilibradas" e "é isso que esperamos".
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