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A etiqueta para casamentos que deve seguir durante a pandemia

As certezas sobre como o coronavírus se espalha e a flexibilização do distanciamento social estão a levar ao regresso das cerimónias de casamento nos EUA - embora com uso de máscaras e em números menores.

Foto: Cottonblo / Pexels
02 de outubro de 2020 | Bloomberg

Dos casamentos realizados em 2020, 71% estão a implementar medidas de saúde e segurança nas suas comemorações, com 63% a ajustar a disposição dos lugares com uma distância maior, de acordo com dados do site de casamento The Knot.

No entanto, as notícias que detalham como as cerimónias espalharam o vírus - de uma reunião escondida em São Francisco a um evento fatal no Maine que resultou em mais de 100 casos - são suficientes para fazer qualquer um repensar. Assistir ou não ao casamento torna-se num equilíbrio entre proteger-se e descobrir as características do evento e a dinâmica de sua própria família, refere Rachael Piltch-Loeb, da Escola de Saúde Pública Harvard TH Chan.

Ao pensar em participar numa festa, os especialistas recomendam algo que antes era considerado um tabu: pedir muitos detalhes.

Muitos casais estão a optar por dar descrições da logística da cerimónia nos convites ou por via de comunicados e sites atualizados. Se essa informação não estiver disponível, não há vergonha em perguntar mais pormenores, desde que o pedido seja feito com respeito e educação.

As pessoas vão querer fazer tais pedidos por telefone e não por mensagem de texto, diz Jacquelyn Youst, especialista em etiqueta e fundadora da Academia de Protocolo da Pensilvânia. Explique a sua situação. Tudo está nas palavras - e principalmente, no seu tom, acrescenta.

Se o casal parece sobrecarregado com o planeamento do casamento, entrar em contato com outro membro da festa de casamento é uma opção.

Em geral, quanto mais pessoas decidirem ir, mais perigoso é, explica Piltch-Loeb, embora não haja um número limite exato.  E acrescenta que as primeiras dúvidas relativas ao casamento devem ser averiguar primeiro se será indoor ou outdoor e depois a quantidade de convidados.

A versão mais segura de qualquer cerimónia é ao ar livre, com uma máscara e com respeito pelo distanciamento social e pela lavagem constante das mãos, diz Jessica Justman, professora associada de Medicina e Epidemiologia na Escola Mailman de Saúde Pública da Universidade de Columbia.

O componente externo é especialmente importante, visto que estudos mostram que o coronavírus se espalha mais em ambientes internos com baixa humidade.

Só precisa ser um convidado informado, diz JoAnn Gregoli, proprietária da Elegant Occasions, empresa que planeia casamentos em Nova Iorque. De forma mais completa, pode decidir se o evento se encaixa na sua tolerância ao risco, tanto para si como para os outros.

Se você chegar a um lugar e ficar desconfortável,  pode sempre ficar na parte de trás e assistir à distância, diz Gregoli.

Muitos casais estão a incluir transmissão via Zoom, ou outra plataforma de streaming, como alternativa à cerimónia presencial, projetada para aqueles que estão sob alto risco ou que se sentem desconfortáveis.

Alguns casamentos, agora, também incluem pulseiras de cores diferentes para os convidados, para mostrar facilmente os níveis de conforto de distanciamento social, diz Marlie Kelleher, proprietária da Marlie Renee Designs, serviço de papelaria para casamentos.

Por exemplo, o vermelho pode significar não tocar e ficar a dois metros de distância dos outros, enquanto o amarelo pode significar manter as máscaras o tempo todo, e o verde completamente aberto para abraços e apertos de mão.

Uma das partes mais arriscadas da cerimónia é, geralemente, o copo de água, refere Piltch-Loeb, por ser quando o álcool flui e os limites se confundem e as máscaras são retiradas durante a dança.

Se isso for preocupante, considere dançar ou misturar-se numa área separada, sentar-se separadamente com membros da família, ou até mesmo sair mais cedo, antes que a "loucura" comece.

Os casais devem respeitar a sua decisão de evitar qualquer escolha que possa colocar em risco sua saúde, observa. Apenas não se esqueça de agradecer o convite e transmitir o desejo de comemorar a data de futuro, quando o risco de infeção for menor.

Mesmo que se recuse a comparecer, Youst recomenda enviar um presente; a quantidade de dinheiro gasta pode variar em proporção das suas finanças e conforme o relacionamento com o casal.

O presente representa votos de boa sorte para os recém-casados, acrescenta, por querer, ainda assim, fazer parte da celebração.

Muitos casais também estão a optar por enviar presentes virtuais, incluindo recursos para a lua de mel, para minimizar a necessidade que objetos físicos passem de mão em mão.

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