Estilo / Moda

4 bons motivos para se deixar de coisas e vestir rosa

Se o azul é a cor mais quente, o rosa está ‘frio, frio, frio’ se nos aproximarmos de um armário masculino. Mas se 2020 está a ser eficaz, é em mudanças: o outono/inverno vai fazer do cor-de-rosa o seu tom oficial.

Harry Styles
Harry Styles Foto: Getty Images
07 de fevereiro de 2020 | Patrícia Domingues
  1. Já praticamente todos os homens mais incríveis do mundo a usaram pelo menos uma vez.

O rosa continua a ser a cor mais provocadora dos armários masculinos – e pelos piores motivos. A masculinidade tóxica é pintada a cor-de-rosa e o mais parvo desta conceção (além de tudo o resto) é que basta um olhar atento para a História para percebermos que o rosa é o predileto de algumas das figuras mais icónicas de sempre. De Elvis a Jay Gatsby, a personagem do clássico de F. Scott Fitzgerald, O Grande Gatsby, o rosa circulou nos armários da nata da nata, tendo tido o aval de Kanye West lá pelos anos 2000 e o amor declarado do presente, em ícones de estilo modernos como Harry Styles, Timothée Chalamet e Kit Harington. Se é bom para o herói do inverno, não será para si?

Leonardo DiCaprio em The Great Gatsby (2013)
Leonardo DiCaprio em The Great Gatsby (2013) Foto: IMDB



  1. É tendência este inverno. E vai continuar a ser no verão.

Louis Vuitton, Dior, Balmain, Jacquemus – marcas com identidades completamente diferentes e o mesmo statement para o próximo verão: homens, por favor usem cor de rosa. Com diferentes tonalidades e usos – desde looks completos a peças isoladas – o rosa invadiu as passerelles da próxima estação quente, já depois de ter feito algumas aparições esporádicas no inverno (olá, Prada e Kenzo). Está a pensar acrescentar uma peça cor de rosa ao seu armário? Não pense: apenas vista-a, como faz com o resto da sua roupa. "O rosa é só uma cor, como todas as outras", diz a stylist Cláudia Barros. "Aqui a única questão, como em quase tudo na sociedade, é que a cor se transforma naquilo que queres ver refletido nela. Se olhas para o rosa como preconceito, o preconceito está em ti." E garantimos-lhe, não há nada que lhe assente melhor que um estilo livre de tabus.

 

Jacquemus primavera/verão 2020
Jacquemus primavera/verão 2020 Foto: D.R.
  1. É um statement contra os estereótipos de género.

Azul para meninos e rosa para menina era uma frase incontestável até há alguns anos atrás, mas nem sempre foi assim. Depois dos vestidos brancos terem ocupado a generalidade dos vestires de crianças até a final do século XIX, o azul e o rosa tomaram conta dos guarda-roupas dos mais pequenos, mas ainda sem distinção. Mais do que uma diferenciação de género, estas cores serviam para demarcar idades: como o rosa era associado a inocência e novidade, era geralmente usado pelos mais novos (muito embora a primeira camisa rosa dos Brooks Brothers tenha sido um sucesso entre os jovens adultos). "O branco puro é usado em todos os bebés. Azul é para as raparigas e rosa para os rapazes, quando se quer uma cor", escrevia o Ladies Home Journal em 1890. Na viragem do século começaram a aparecer mandamentos sobre a importância da demarcação de género e também porque era mais propício ao negócio das roupas para bebés (pais que tivessem um casal de filhos já não podiam dividir as peças). Foi mais ou menos nesta altura que ficou designado que o rosa seria para o género feminino e o azul para o masculino e seguimos contentes e felizes sem questionar os dizeres da Moda. Durante os anos 50, o rosa voltou a ter um pico de popularidade entre os homens adultos, mas uma ou duas décadas depois caiu em desuso na totalidade, com os movimentos feministas, e só nos 80, quando os testes para descobrir o género do bebé nas grávidas começaram a aparecer, o preconceito viu novamente uma oportunidade de negócio (além dos estudos que dizem que os homens gravitam mais para os tons de verde e azul e as mulheres para as paletas de vermelhos). De pequenino se escolhe a cores conforme o género e assim a ‘regra’ colou... até agora. Com o esclarecimento atual sobre igualdade de género, nada como passar das palavras à ação e fazer do rosa a sua mensagem pessoal de f*ck you para as normas sociais. Não há nada mais sexy do que um homem seguro.

Cardigan em lã, € 280, Acne Studios
Cardigan em lã, € 280, Acne Studios Foto: D.R.
  1. É original.

Quer distinguir-se num mar de cinzentos e pretos e azuis escuros? Experimente usar uma peça de roupa cor de rosa. Olhe para a última passadeira vermelha dos Grammys e o que lhe ficará marcado na memória será muito provavelmente as escolhas de vestuário de Lil Nas X (em Versace), Tyler the Creator (Golf le Fleur) e Shawn Mendes (em Louis Vuitton). O que têm estes nomes em comum? Um fato cor de rosa no armário. Mas nem sequer vamos por aí. Aquilo que estes homens exalaram foi uma dose de confiança que retém a atenção de qualquer câmara. Mais uma vez, o estilo não está diretamente relacionado com o que vestimos, mas como o vestimos. Se não se sente confortável num look total rosa, mas quer dar uma oportunidade ao tom, comece por um par de meias, uma T-shirt ou o pormenor. Mesmo estando no século XXI, sair do armário continua a não ser fácil, e a Moda não sai impune.

Saiba mais Louis Vuitton, Jacquemus, moda
Relacionadas

Como eliminar papos, olheiras e rugas

Se ainda acha que um creme hidratante de rosto é o suficiente para uma aparência fresca, é sinal que ainda não foi traído pelos seus olhos. Saiba como rejuvenescer esta zona delicada.

Os homens mais sedutores de sempre

Uns contam e somam as mulheres com quem se deitaram. Outros apenas se ficam pelas paixões platónicas que espoletaram nos corações femininos. A lista poderia ser maior, mas nós não somos de exageros…

Mais Lidas
Moda Joelhos à mostra. Calções para todos os gostos

Os calções são uma das peças essenciais desta estação. Camaleónicos, são para ser usados em todo o tipo de momentos, formais quando conjugados com blazers, ou mais descontraídos e coordenados apenas com uma t-shirt.

Moda Mais que uma caneta, um legado

Montblanc dedica a coleção de Great Characters deste ano ao lendário boxista Muhammad Ali. A edição conta com três instrumentos de escrita, todas personalizadas para representar a vida do atleta.