"Fangio: O homem que domava as máquinas"
A Netflix quis prestar uma homenagem a um dos melhores pilotos de todos os tempos e acaba de lançar um documentário sobre a carreira e vida de Juan Manuel Fangio, o terceiro piloto mais titulado de sempre da Fórmula 1.
O documentário, que dura pouco mais de uma hora e meia, aborda toda a carreira do piloto argentino na Fórmula 1, desde o início da própria categoria, em 1950, até à sua surpreendente retirada.
Natural de Buenos Aires, Fangio estreou-se a vencer logo em 1951, ao volante de um Alfa Romeo. Em 1952, já com um Maserati, não foi além do segundo lugar, mas nos anos seguintes não deu hipótese a mais ninguém, vencendo quatro títulos mundiais consecutivos (dois com a Mercedes, um com a Scuderia Ferrari e, por fim, outro com a Maserati).
"El Chueco", como era conhecido, não só venceu cinco títulos mundiais de Fórmula 1 como o fez com quatro marcas diferentes, detalhe que dá ainda mais mérito à carreira deste argentino, que apresenta uma percentagem de vitórias de 47,06%. O mesmo é dizer que venceu quase metade das corridas que disputou. Impressionante!
Mas apesar dos triunfos em pista, que poucos conseguiram igualar ao longo dos anos, para muitos a grande vitória de Fangio foi sobreviver a uma época em que a Fórmula 1 "ceifava" frequentemente a vida aos pilotos. Veja-se, por exemplo, o exemplo de Alberto Ascari, piloto italiano que venceu o mundial de F1 de 1953 e que faleceu pouco depois num acidente no circuito de Monza.
Realizado pela mesma equipa de guionistas do documentário "Senna", "Fangio: O homem que domava as máquinas" reúne depoimentos de caras bem conhecidas do mundo das corridas, como é o caso de Jackie Stewart, Alain Prost, Mika Hakkinen, Fernando Alonso ou Nico Rosberg.
O documentário mostra peças do arquivo pessoal de Fangio que nunca tinham sido vistas antes, entre elas uma onde o argentino fala sobre a sua retirada em 1958, depois de ter vencido quatro mundiais consecutivos.
Outro dos assuntos abordados neste documentário é o do acidente em que Fangio perdeu o seu co-piloto e pelo qual sempre se culpou. Igualmente surpreendente é perceber a amizade que desenvolveu ao longo dos anos com o brasileiro Ayrton Senna, outro génio sul-americano das corridas. Fangio acabaria por falecer em 1995, um ano depois do seu amigo Senna.
Recorde-se que este documentário resulta de um estudo matemático realizado em 2016, pela Universidade de Sheffield, para determinar quem foi o melhor piloto de Fórmula 1 de todos os tempos. O resultado foi Juan Manuel Fangio, tal como este documentário nos tenta mostrar, mas importa lembrar que desde 2016 Lewis Hamilton já venceu mais três mundiais de F1, elevando a sua conta pessoal para seis, menos um do que Michael Schumacher (7) e mais um do que Fangio (5). Será que esta resposta vai mudar no futuro? Só o tempo o dirá…
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